sábado, 25 de outubro de 2008

Expiação anunciada.

Sábado à tarde
Ano Bíblico: Lc 15–17

Verso para Memorizar: “Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53:5).
Leituras da semana: Gn 3:15; 22:1-18; Êx 32; 34:6-10; Dn 9

Pensamento-chave: Mostrar como, séculos antes da cruz, Deus anunciou de diferentes maneiras Seu plano de salvação.
Assim que proveu uma solução para a realidade mortal e o poder do pecado, o Senhor anunciou imediatamente as boas-novas para os seres caídos. (O primeiro missionário na história cósmica não foi uma criatura, mas o próprio Criador!) O Senhor também providenciou para que essa promessa de redenção fosse mantida sempre viva em sua mente porque desejava que Seu povo estivesse preparado quando, na pessoa de Jesus, a promessa se tornasse realidade. Ao longo da história de Seu povo no Antigo Testamento, Deus criou instituições e leis diretamente relacionadas ao Seu plano de salvação e que ilustravam Sua atuação. Por meio do sistema sacrifical, o sacerdócio, e até mesmo o rei (sendo ele mesmo um símbolo do Messias), poderiam antecipar o sacrifício supremo, a vinda do verdadeiro Sumo Sacerdote, e o reino do Rei messiânico por quem o propósito de salvação de Deus seria percebido.

Domingo
Ano Bíblico: Lc 18–20
Uma promessa para Adão e Eva
1. Leia a história da queda em Gênesis 3:1-15, prestando maior atenção ao verso 15. Que esperança existe para nós nesse texto?
Os cristãos encontraram corretamente em Gênesis 3:15 uma profecia do Messias. Primeiro, o contexto de Gênesis 3:15 indica que a serpente é um instrumento do mal e da rebelião contra Deus (Ap 12:9). No Jardim do Éden, esse poder do mal derrotou Adão e Eva e estendeu seu domínio sobre os descendentes da mulher.
Segundo, Gênesis 3:15 anuncia a destruição da serpente pela semente da mulher. Ela “ferirá” o calcanhar da semente, mas a semente “esmagará” (NTLH) a cabeça da serpente. O verbo hebraico šûp (“ferir”, “esmagar”, “moer”) é o mesmo em ambos os lugares, o que sugere que a seriedade do ataque depende da parte do corpo atacada. O ataque contra a semente (em seu calcanhar) não é fatal; no entanto, a semente esmagará a cabeça da serpente, indicando sua morte final.
Terceiro, o substantivo hebraico zerac (“descendência”) normalmente designa “descendência, posteridade, semente” no sentido de descendência como um grupo único. Mas pode se referir também a um descendente único (por exemplo, 2Sm 7:12, 13). Em Gênesis 3:15, encontramos os dois usos. Lemos sobre a descendência tanto da mulher (a igreja fiel) como da serpente/Satanás (seus seguidores) mas também de um único descendente da mulher (“Ele”) que esmaga” “sua [singular] cabeça”; isto é, a cabeça da serpente. Sempre que “semente” se refere a um descendente em particular, o pronome que segue está no singular. A “semente” da mulher é Jesus.
O que Gênesis 3:15 sugere é que, assim que o pecado entrou no mundo, foi colocado em execução o plano eterno de Deus de salvação por meio de Cristo. Adão e Eva não experimentaram morte eterna porque, sob a perspectiva divina, Cristo é o Cordeiro “que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8). Adão e Eva deixaram o Jardim do Éden esperando ansiosamente o cumprimento da maravilhosa promessa de salvação.

Segunda
Ano Bíblico: Lc 21 e 22
Abraão viu Meu dia
2. Qual foi a natureza da prova a que Abraão foi submetido? Por que o Senhor pediu que Abraão fizesse isso? Que profundas questões estavam em jogo nesse episódio? Gn 22:1-12
Gênesis 22 não nos informa por que foi necessária a prova, mas a razão parece estar relacionada com a aliança que Deus fizera com Abraão. Na relação de aliança o Senhor esperou que o patriarca “andasse na presença de Deus e fosse perfeito” (Gn 17:1), padrão que Abraão nunca havia alcançado (Gn 16:1-4; 20:1-10).
Isaque era o filho da promessa da aliança, por meio de quem Abraão deveria ser uma bênção para o mundo e, assim, sem esse filho, as promessas que Deus fizera ao patriarca não poderiam se cumprir. De certo modo, pedindo que Abraão o sacrificasse, Deus estava dizendo a Abraão que a relação de aliança terminara e que a promessa especial feita a ele agora estava desfeita. Abraão não seria o instrumento pelo qual Deus abençoaria todas as nações da Terra (Gn 12:3), afinal. Mas Abraão revelou fé e dedicação ao Senhor, particularmente na disposição de devolver a Deus o dom de seu filho, completamente confiante em Sua misericórdia e graça (Hb 11:19).
3. O que tornou possível a renovação da aliança? Gn 22:13-18
Pedindo que Abraão sacrificasse o filho, Deus estava pronunciando uma sentença contra ele e desfazendo Seu propósito especial para com ele. Tudo isso, porém, mudou radicalmente quando um cordeiro foi oferecido em lugar de Isaque. Deus forneceu o que Abraão precisava desesperadamente, um animal sacrifical que tomasse o lugar de seu filho, possibilitando que o Senhor renovasse com ele a aliança. O sacrifício humano (isto é, a morte de um pecador) foi substituído pela vítima sacrifical fornecida pelo Senhor, não por Abraão. Assim, Abraão viu o mistério do evangelho, da expiação substituinte, porque, em Jesus, “se proverá [a oferta sacrifical]” (Gn 22:14).
Nossa mente estremece diante da fé mostrada por Abraão. Que coisas você está sendo chamado a sacrificar, pela fé, diante do Senhor? Que coisas, se é que existem, você precisa render para que as bênçãos da aliança permaneçam sendo suas?

Terça
Ano Bíblico: Lc 23 e 24
Moisés e a revelação da salvação
4. Qual foi a reação de Deus diante do ato de idolatria do povo de Israel no Monte Sinai? Por que foi tão forte? Êx 32:7-10
Essa idolatria foi um ato de rebelião contra Deus, uma ruptura da aliança que Deus acabara de fazer com eles. Como Adão e Eva, os israelitas foram deixados em um estado de alienação – e teriam sido deixados a perecer, não fosse pela intercessão de Moisés em seu favor (Êx 32:11–14).
5. Que disse Moisés a Deus depois desse incidente? Êx 32:30-32. Como a promessa do evangelho é vista neste episódio?
Moisés não desculpou o povo; ele deixou claro que eles haviam pecado contra Deus. Mas também lhes disse que iria buscar o Senhor pedindo-Lhe que os perdoasse. Moisés sabia que o perdão é muito custoso e que não devia ser confundido com indiferença ao pecado (a reação do Senhor à idolatria mais que provava isso!). O próprio Moisés se tornou o mediador do povo, seu intercessor diante do Senhor, buscando para o povo a redenção de seu pecado. Então, ele fez o inconcebível: ele se ofereceu ao Senhor como um meio de expiação! Ele estava disposto a ter seu nome apagado do Livro da Vida (Êx 32:32; veja também Sl 69:28; Fp 4:3), se isso pudesse restaurar o povo à harmonia com o Senhor.
Obviamente, o Senhor não podia aceitar essa oferta abnegada. A vida de Moisés não poderia expiar o pecado.
6. Finalmente, como o Senhor resolveu o problema? Êx 34:6-10
O Senhor Se revelou a Moisés como um Deus perdoador. Esse perdão é inclusivo: “Perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado” (v. 7). A palavra hebraica traduzida como “perdoar” significa literalmente “tirar”. A maneira de Deus lidar com nosso pecado é removê-lo de nós e o colocar sobre Si mesmo. Moisés não poderia fazer isso; Deus já decidira fazer isso em Seu Servo. O que Moisés e os filhos de Israel precisavam já estava oferecido por Deus.

Quarta
Ano Bíblico: Jo 1–3
O servo do Senhor
7. Que grande esperança e promessa se encontram na profecia messiânica de Isaías? Is 52:13–53:12
Estes versos apresentam uma das passagens mais majestosas do Antigo Testamento. Esta seção estabelece, sem declará-los explicitamente, os limites e a ineficácia do sistema sacrifical israelita como meio de expiação (a remoção da barreira entre a humanidade e Deus). O problema do pecado era tão sério que só o Servo do Senhor poderia resolvê-lo. A passagem descreve as experiências tanto do povo como do Servo.
O povo: O povo atravessou duas experiências, uma de descrença e mau julgamento, a outra de confissão e contrição. Inicialmente, o Servo foi percebido como alguém que não tinha atrativos, quase como um leproso (Is 52:14) e como alguém “ferido de Deus e oprimido” (Is 53:4). Visto que Deus parecia tê-Lo rejeitado, eles também O menosprezavam e O rejeitavam (v. 3). Então, eles perceberam que havia um propósito divino na experiência do Servo; que Ele estava tomando sobre Si mesmo suas tristezas e debilidades (v. 4). Ele estava levando seus pecados e, como seu substituto, estava morrendo por eles. À luz do sacrifício do Servo, eles se viam como verdadeiramente eram: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos” (v. 6). Unicamente quando olhamos para a cruz é que percebemos as distorções do pecado em nossa vida.
O Servo: A experiência do Servo foi extremamente dolorosa. Ele estava sozinho, rejeitado por todos (v. 3), carregado de tristezas e sofrimento, oprimido e afligido (v. 7) e até “cortado da terra dos viventes” (v. 8). Mas não havia justificação para esse tratamento porque “nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em Sua boca” (v. 9). Por que esse inocente estava sofrendo? Era porque o Senhor estava apresentando a vida do Servo como “oferta de culpa” (v. 10). Ele estava levando as iniqüidades do povo, morrendo em seu lugar a fim de declará-los justos e inocentes (v. 11, 12). Mas por trás dessa morte sacrifical, Ele deveria ver novamente a luz (v. 11) e seria altamente exaltado (Is 52:13).
Esta descrição profética da morte sacrifical de Cristo foi oferecida por Isaías como a única forma eficaz de expiação do pecado. Cristo Se tornou o que nós somos para que fôssemos restaurados à comunhão com Deus.
Leia novamente Isaías 52:13–53:12, prestando atenção especial a tudo o que Jesus fez por nós na cruz. Que esperança você vê neste texto para si mesmo?

Quinta
Ano Bíblico: Jo 4–6
Anunciado em Daniel
8. Em sua oração, como Daniel descreveu a condição do povo? Dn 9:7-11
A fim de experimentar a cura divina e a libertação do pecado, devemos primeiramente reconhecer nossa condição como pecadores e como transgressores da vontade revelada de Deus. Um problema humano fundamental é nossa repugnância em reconhecer que existe algo seriamente errado conosco, que temos desesperada necessidade de perdão e reconciliação com o Criador. Mesmo pecadores perdoados devem reconhecer constantemente, como Daniel, que precisam diariamente da graça perdoadora de Deus.
9. Qual foi o pedido específico de Daniel ao Senhor? Em que base Daniel fez esse pedido? Dn 9:16-19
Uma vez tendo percebido nossa condição como pecadores, uma das descobertas mais importantes que podemos fazer a respeito de nossa relação com Deus é que a única coisa que temos que fazer para receber o perdão é pedi-lo. Daniel contava totalmente com a misericórdia de Deus, de Sua graça maravilhosa, como única saída de seu estado pecaminoso.
Neste capítulo, também encontramos uma profecia em que Deus revelou não somente como estava planejando tratar do problema do pecado, mas também o tempo específico em que isso aconteceria, o quando (veja Dn 9:24-27). O como foi através de Seu Ungido, o Messias, o Rei a que todos os outros reis de Israel apontavam e representavam. O tempo de Sua morte sacrifical e a inauguração de Sua obra sacerdotal (a unção do santuário) são dados em termos de 70 semanas (490 anos). O período profético vai de 457 a.C. até 34 d.C. Deus esperava que Seu povo estivesse preparado para a vinda do Messias. O que essa profecia surpreendente mostra, de maneira cristalina, é que Deus está não apenas no controle absoluto de cada aspecto de Sua obra de salvação, mas que Ele fará cumprir-se seu propósito determinado desde a eternidade.
Qual é a importância para você permanecer ciente de que, embora haja aceito Jesus como seu Salvador, você precisa de Sua constante graça perdoadora? Essa é uma ameaça à certeza da salvação ou um meio de afirmar essa certeza? Dê razões para sua resposta.

Sexta
Ano Bíblico: Jo 7–9
Estudo adicional
Substituto imediato: “No instante em que o homem aceitou as tentações de Satanás, e fez as coisas que o próprio Deus dissera que não deveria fazer, Cristo, o Filho de Deus, ergueu-Se entre os vivos e os mortos, dizendo: “Que o castigo caia sobre Mim. Eu me erguerei em lugar do homem. Ele deve ter outra oportunidade” (Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, v. 1 p. 1.085).
Sacrifício de Isaque: “O sacrifício exigido de Abraão não foi somente para seu próprio bem, nem apenas para o benefício das gerações que se seguiram; mas também foi para instrução dos seres destituídos de pecado, no Céu e em outros mundos. O campo do conflito entre Cristo e Satanás – campo este em que o plano da salvação se encontra formulado – é o compêndio do Universo. Porquanto Abraão mostrara falta de fé nas promessas de Deus, Satanás o acusara perante os anjos e perante Deus de ter deixado de satisfazer as condições do concerto, e de ser indigno das bênçãos do mesmo concerto. Deus desejou provar a lealdade de Seu servo perante o Céu todo, para demonstrar que nada menos que perfeita obediência pode ser aceito, e para patentear de maneira mais ampla, perante eles, o plano da salvação” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 154, 155).
Importância de Isaías 53: “Este capítulo deve ser estudado. Ele apresenta Cristo como Cordeiro de Deus. Os que são contaminados pelo orgulho, que estão cheios de vaidade, devem considerar este quadro de seu Redentor, e humilhar-se até o pó. Todo o capítulo deve ser decorado. Sua influência subjugará e humilhará o coração poluído pelo pecado e enaltecido pela exaltação própria” (Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, v. 4, p. 1.147).
Resumo: Séculos antes de Cristo viver neste mundo, o Senhor nos deu promessas de salvação. Essas promessas se cumpriram com muita precisão. Continua a pergunta: Como devemos responder à confiabilidade e probidade do Senhor como se revela no cumprimento dessas promessas?
Respostas sugestivas
Pergunta 1: Deus haveria de enviar um Descendente que resgataria a semente da mulher.
Pergunta 2: Era de natureza redentiva. Compreender o plano da salvação. Questões de obediência, amor a Deus, entrega, submissão.
Pergunta 3: O oferecimento de um carneiro substituto.
Pergunta 4: Propôs o estabelecimento de um novo povo, descendente de Moisés. O povo acabava de fazer aliança com Deus e já se havia rebelado.
Pergunta 5: “Perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, do livro que escreveste.” Que todo pecador precisa de um mediador.
Pergunta 6: Demonstrando toda a Sua misericórdia e graça e restabelecendo a aliança.
Pergunta 7: Um resgatador tomaria o nosso lugar e sofreria a nossa penalidade.
Pergunta 8: O povo se havia rebelado, transgredindo a lei e desobedecendo à Sua voz.
Pergunta 9: Que Deus perdoasse Seu povo e restaurasse Sua cidade e Seu povo.

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